Pilates: Um aliado contra a Osteoporose
Os benefícios da reabilitação providos pela
prática do método Pilates estão associados a uma grande variedade de fatores.
Nessa matéria, a fisioterapeuta e cinesióloga, Nádia Requena, docente do
Instituto Pilates Zone (Argentina), relata a importância de realizar Pilates em
pacientes com osteoporose.
O que é osteoporose?
A osteoporose é um processo caracterizado
pela perda da massa óssea e a diminuição da resistência mecânica dos ossos por
diversas causas. Entre os fatores que predispõem a doença podemos citar os
desequilíbrios hormonais (geralmente, relacionados ao período da menopausa da
mulher), o sedentarismo, o déficit na absorção de cálcio, entre outros.
As regiões do corpo mais atingidas são os
quadris, os punhos e a porção anterior dos corpos vertebrais, os quais sofrem
desgastes com simples inclinações repetidas do tronco para frente, gerando
fraturas espontâneas.
A diminuição da massa óssea aumenta o risco
de fraturas, mesmo nos casos em que não ocorra nenhum tipo de traumatismo ou
acidente, a fragilidade óssea é tão expressiva que o próprio peso corporal ou
um movimento mal realizado podem provocar fraturas.
Por que praticar
Pilates?
“A necessidade de melhorar o suporte ósseo
por meio do fortalecimento dos músculos posturais e articulares é fundamental
para pessoas com osteoporose” ressalta Nádia Requena, fisioterapeuta,
cinesióloga e docente do Instituto Pilates Zone, situado em Córdoba, Argentina.
“A prática de exercícios físicos, com
resistência constante, no intuito de aumentar a densidade óssea e as condições
físicas gerais dos pacientes, é de fundamental importância na luta para
melhorar a condição óssea diante de um quadro progressivo. Tendo em vista que a
osteoporose pode ser comum em pessoas da terceira idade, e que nesta parcela da
população, os exercícios de impacto não são indicados e o grau de avanço da
osteoporose é ainda maior, o Pilates surge como opção ideal por não apresentar
quase nenhuma contra-indicação e ajuda a trabalhar o equilíbrio, a coordenação
e a força muscular. Além do mais, diminui o risco de sofrer fraturas”
acrescenta Requena.
A prática de Pilates como um método de
condicionamento físico integral, com mais de nove décadas de experiência,
proporciona um controle corporal preciso e o equilíbrio muscular, com o
fortalecimento da musculatura fraca e o alongamento dos músculos encurtados,
além disso, ganho no controle, na força e na flexibilidade do corpo respeitando
cada articulação.
A terapia reabilitadora, realizada por um
profissional capacitado, permitirá um efetivo tratamento contra os efeitos
adversos provenientes da osteoporose de uma maneira saudável e renovadora,
combatendo sintomas dolorosos e prevenindo o avanço da enfermidade.
Entre os vários benefícios que a pessoa com
osteoporose notará com o trabalho no Reformer, Cadilac (Trapézio) ou com o
Pilates no solo (Mat Pilates) podemos incluir:
• Aumentar a
flexibilidade, executando movimentos mais fluidos que proporcionem maior
agilidade, fundamental para cada atividade diária sem provocar fadiga.
• Equilibrar os grupos
musculares antagonistas e melhorar o posicionamento corporal através de
exercícios de alongamentos leves.
• Ganhar a amplitude de
movimentos, melhorando a função articular e liberando estruturas rígidas.
• Proporcionar um melhor
alinhamento postural mediante o ganho de equilíbrio muscular para prevenir
lesões ou evitar padrões de movimentos incorretos, os quais, com o passar do
tempo, incorporam posicionamentos danosos em seu esquema corporal.
• Realizar trabalhos
musculares controlados com o intuito de melhorara a nutrição, a oxigenação dos
músculos e a qualidade de sua função.
• Possibilitar a
reeducação postural que permita incorporar hábitos de vida saudáveis,
diminuindo os fatores de risco que podem levar a lesões.
• Acrescentar a rotina
diária uma atividade recreativa diferente, fazendo com que a mente se encontre
mais relaxada, gerando uma diminuição da ansiedade e do nervosismo provocados
pelo estresse e pelas tensões do dia a dia.
Pilates e o mundo da
medicina
Nos últimos tempos, tem aumentado o número
de médicos de diferentes especialidades que recomendam a prática de Pilates. No
entanto, ainda existe certa resistência à prática do método por parte de alguns
profissionais do âmbito da saúde, o que segundo Requena, são consequência da
“falta de informação sobre os benefícios do Pilates como terapia de
reabilitação e do amplo campo de atuação em que pode ser utilizado e, por outro
lado, o desprestígio que sofre o método quando orientado por pessoas
inescrupulosas que não possuem conhecimentos necessários para desempenhar em
tal área de reabilitação. Mesmo com estas dificuldades que surgiram no começo,
médicos e profissionais da saúde começam a reconhecer os benefícios do Pilates
e avaliam seus resultados de maneira positiva, incorporando-o como uma terapia
de eleição em seus tratamentos e variações de terapia física”.
O Pilates oferece ao profissional da saúde
uma gama de possibilidades adequadas ao que o paciente necessita. Sendo assim,
o profissional dispõe de uma nova ferramenta de trabalho, aplicável de forma
satisfatória tanto ao cuidado do corpo já acometido por uma patologia quanto à
prevenção da mesma.
Os resultados em curto
prazo
“Os resultados da prática do Pilates em
pacientes com osteoporose começam a ser notados em pouco tempo. Durante as
primeiras sessões já existe uma melhora do sono, aumento do trabalho muscular,
aumento do relaxamento, sensação de bem estar, tudo isto em pouco tempo,
começam a mostrar uma melhora notável do tônus muscular, aumento da
flexibilidade, correção postural, relaxamento consciente, melhora da circulação
e bem estar geral com aumento dos níveis de energia” cita Requena.
O efeito sobre a massa
óssea
Consultada sobre como atua o Pilates sobre a
massa óssea, a Lic. Requena explica o seguinte: “Durante os exercícios
realizados com Pilates, e mais ainda por executar trabalhos físicos resistidos,
os músculos realizam trações a nível ósseo, fazendo com que os ossos ganhem
maior densidade óssea, estimulando a formação da massa óssea. Está comprovado
que a densidade óssea em uma pessoa sedentária e menor do que em pessoas que
realizaram exercícios físicos ao longo da vida”.