Pilates e bola
Algo que me chama muito a atenção desde que me formei é o fato de que grande parte das
pessoas associa o Pilates à bola. Já trabalhei em lugares onde a aula de Mat
Pilates (solo) só poderia ser feita com a bola, pois se não, os alunos achavam
que não era Pilates! Estes dias, ao gravar um programa de TV sobre exercícios,
um dos produtores me falou: “Pilates é aquela bola, né?”. Intrigada com esse
engano geral, resolvi esclarecer
sobre esse acessório.
A Bola suíça,
criada por uma fabricante italiana e pioneiramente utilizada por um
fisioterapeuta suíço, é um instrumento de instabilidade muito eficaz tanto no
tratamento de patologias e problemas motores, como no fortalecimento da
musculatura em geral. Porém, para se obterem bons resultados, ela deve ser bem
utilizada, no momento certo e da maneira certa. Por ser um instrumento de
instabilidade, é um acessório avançado, não adequado para um iniciante na
prática de Pilates. Para utilizar a bola, o praticante deve ter muita
consciência corporal e um bom preparo da sua musculatura interna, de assoalho
pélvico, abdome, o famoso Power House (vide artigo anterior), para que, com a
desestabilização proporcionada por ela, não o faça “compensar” a falta de
força, na coluna ou em outras
articulações. Se ele não tiver uma boa força muscular, certamente tentará se
equilibrar usando as articulações e aí vem o risco de lesões e dores. É muito
comum vermos aquelas aulas lotadas, com 15, 20 pessoas em cima da bola, o que
gerou inclusive, essa associação do Pilates a ela. Porém, será que todas essas pessoas estão realmente
preparadas para fazerem essa aula? Fica a dica aos praticantes, para que tomem
os devidos cuidados, procurem lugares confiáveis, conversem com seus
instrutores, se informem sobre seu nível e progressão, para que a bola seja uma
aliada dos treinos e não uma inimiga.
por Roberta Monteiro